Como disse um dia Bruce Lee: "Sê água, meu amigo". E a verdade é que 60 a 70% do nosso peso corporal é água. Este elemento líquido desempenha muitas funções no organismo e, quando está em falta, a fadiga instala-se, o desempenho diminui e, em casos graves de desidratação, podem ocorrer problemas de saúde graves, até mesmo a morte.
Num
post publicado no 226ERS – Endurance Research Lab, explicámos os princípios básicos da hidratação no desporto de uma forma simples e com base científica.
Durante a atividade física, a principal perda de líquidos ocorre através do suor, que ajuda o corpo a arrefecer do calor produzido pelo exercício. Assim, é de vital importância repor fluidos, tanto durante como após o exercício, para promover a recuperação (que também
explicaremos noutro post ).
A resposta à quantidade de líquido a ingerir parece simples: a mesma quantidade de líquido que é eliminada. Mas quanto líquido é eliminado? Bem, isso é um pouco mais complicado. Depende de cada pessoa, do seu nível de treino, das condições ambientais, da intensidade do esforço, etc. Assim, que conselhos podemos dar a um motociclista para se manter devidamente hidratado etapa após etapa?
- Tente manter o seu peso corporal durante todo o percurso. Se o seu peso cair drasticamente dia após dia, não está a consumir hidratos de carbono suficientes ou não está a reidratar adequadamente.
- Pese-se antes e depois da etapa. A diferença de peso é praticamente equivalente (pode subtrair cerca de 500 gramas) à perda de líquidos do seu corpo. Beba pelo menos 150% desta diferença de peso nas duas horas seguintes. Também pode adicionar minerais, hidratos de carbono ou até uma bebida de recuperação a este líquido para auxiliar na recuperação.
- Beba pequenos goles durante esta fase e, sempre que comer alguma coisa (gel ou barra), também ajudará na digestão. Não espere sentir sede.
Agora, quanto deve beber durante a etapa? Se é um ciclista com visão de futuro, já conseguiu calcular a quantidade de líquidos necessária durante treinos de intensidade e duração semelhantes às da corrida ou durante outras competições (lembre-se: pese-se antes e depois e verifique se está a beber o suficiente; evite perdas de peso superiores a 2-3%). Desta forma, pode saber a quantidade de líquidos necessária durante a etapa. E daqui, a nossa dica número 4
: "Estime as suas necessidades individuais de líquidos para a corrida ".
E por fim… não somos camelos, então para onde podemos levar água? Este aspeto é de vital importância e deve ser planeado com antecedência. Existem várias opções, e pode escolher a que melhor se adapta às suas necessidades:
- Saia com duas garrafas grandes (mesmo que isso acrescente peso ou a geometria da sua bicicleta não o permita).
- Use uma Camelbak ou similar (eu sei, é um peso extra, mas não vai faltar líquido e vai estar a uma boa temperatura).
- Estude os postos de abastecimento da organização (se existirem) para que não tenha de carregar peso "extra" e possa reabastecer (se não estiverem muito longe!).
- Combine com a sua equipa, amigos ou seguidores onde lhe podem dar líquidos (se possível) trocar as suas garrafas vazias por outras cheias de líquidos, alimentos e sais minerais. (Para os produtos 226ERS, as opções são variadas: sub-9, energético, isotónico, etc.)
Por isso a partir de agora já não tem desculpas... motociclista, beba muito, a vida é curta!
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Doutor Guilherme J. Olcina Camacho
Diretor do 226ERS - Endurance Research LAB.
Diretor do Grupo de Investigação GAEDAF da Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade da Extremadura.